É possível furar a fila do Sistema Nacional de Transplantes?

Não, não é e podemos afirmar isso categoricamente.

Desde semana passada, por conta da situação de saúde do Faustão, o assunto transplante ganhou espaço na mídia. E no domingo, quando soubemos que o apresentador já tinha sido transplantado, o assunto virou polêmica.

Por isso, quero explicar pra vocês como esse processo funciona. É de extrema importância que a gente compartilhe as informações corretas, para não gerar ruído onde não existe. Então, vamos lá:

O transplante de órgãos no Brasil é regulamentado por um órgão chamado SNT, Sistema Nacional de Transplantes e é monitorado continuamente pelo SUS, responsável por essa lista de pacientes que necessitam de transplante, pra que não haja nenhum tipo de fraude.

Um paciente é colocado na lista de transplante porque nenhuma medida clínica está sendo suficiente para suprir a necessidade daquele órgão ou porque ele não está funcionando como deveria.

Essa lista é respeitada primordialmente pela ordem cronológica da inscrição no Sistema Nacional de Transplantes. Só que além disso, há outros critérios como tipo sanguíneo e compatibilidade genética entre doador e receptor. Por último, há a questão da prioridade, determinada pelo estado clínico do paciente. É aquele paciente que não pode esperar e, por isso, é colocado em um Sistema de Prioridade.

O que houve no caso do Fausto, foi uma combinação de fatores que trouxeram muita rapidez para o processo dele: ambos com o tipo sanguíneo B (mais raro) e o mesmo porte físico grande e alto. Um coração de um paciente com 1,90 de altura é grande para uma pessoa de 1,50, por exemplo. Tudo isso é levado em consideração.

Fausto não foi beneficiado por nenhum outro motivo, além dessa feliz combinação de fatores que surpreendeu muita gente. Então, pessoal, se vocês ouvirem qualquer informação diferente dessa, ela não reflete a realidade.