

Fatores de risco para as DII (Doenças Inflamatórias Intestinais)
As doenças inflamatórias intestinais mais comuns são a Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa e Colites Indeterminadas. Embora não exista um consenso sobre sua causa, elas costumam ser multifatoriais e podem estar relacionadas a:
-
Genética;
-
Imunidade;
-
Fatores ambientais;
-
Hábitos alimentares;
-
Disbiose intestinal;
-
Tabagismo.




Quando o melhor tratamento para os intestinos é a cirurgia?
Conheça os procedimentos cirúrgicos para as doenças como intestino delgado inflamado, tumores e outras condições que podem prejudicar a saúde do órgão.
O intestino delgado é a primeira parte dos intestinos. Completa a digestão e realiza a absorção dos nutrientes no organismo e representa praticamente ¾ do sistema digestivo humano. A função do intestino grosso, também conhecido como cólon, é realizar a parte final do processo digestivo. É ele que armazena e absorve a água que determina a consistência do bolo fecal.
No Brasil as doenças inflamatórias intestinais (DII) crescem quase 15% ao ano. A maior incidência está no Sudeste e no Sul, segundo dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Isso mostra muito claramente que essas são doenças primordialmente causadas pelos hábitos, visto que são as regiões mais urbanizadas do país.
Cirurgias para Doenças Inflamatórias Intestinais
O tratamento cirúrgico para essas doenças consiste na remoção de partes afetadas por elas do intestino e é indicada quando os tratamentos medicamentosos e a mudança de hábitos alimentares não surtem efeito.
Cirurgia para colite
A colite é uma reação inflamatória no cólon, que pode ter diversas causas, ser aguda ou crônica. Seus sintomas incluem: dores abdominais e cólicas, gases, desidratação, sangue nas fezes e alternância entre diarreia aquosa e constipação intestinal.
Os principais tipos de colite são:
Colite ulcerativa – causa inflamação e úlceras no cólon e no reto. Os sintomas costumam se desenvolver lentamente. Embora a colite ulcerativa geralmente não seja fatal, é uma doença grave que pode causar complicações com risco de vida. Quando é necessário realizar uma cirurgia de emergência da colite ulcerativa, uma parte ou a totalidade do intestino grosso (cólon) é removida. Em alguns casos há a necessidade da realização de uma ileostomia, procedimento que traz o íleo (fim do intestino delgado) até o nível da pele para eliminação das fezes através da parede abdominal.
Colite pseudomembranosa – é causada quase que exclusivamente por toxinas produzidas pela bactéria Clostridium difficile, muito comum nos casos de infecção hospitalar por pacientes que estiveram recentemente internados ou sob uso de antibióticos. Pacientes que fazem tratamento quimioterápico também tem mais chances de desenvolver esse tipo de colite. Seus sintomas incluem febre, dor abdominal e diarréia. Uma colectomia total ou subtotal (cirurgia para retirada parcial ou total do intestino grosso) pode ser indicada em situações excepcionais, mas a taxa de recomendação cirúrgica é baixíssima.
Colite nervosa – mais conhecida pela alcunha de síndrome do intestino irritável, é comumente associada a condições psicológicas, como estresse, tensão e ansiedade, que podem deixar o intestino mais sensível. O tratamento costuma ser medicamentoso. A cirurgia é apenas indicada se não houver resposta aos medicamentos e a condição for agravada a ponto de colocar a segurança do paciente em risco.
Colite isquêmica – é uma redução temporária ou permanente do fluxo sanguíneo para o cólon, geralmente devido à constrição dos vasos sanguíneos que suprem o cólon, menor fluxo de sangue dos vasos devido a baixas pressões, ou lesões vasculares como os infartos, o que pode resultar em danos nos tecidos da área afetada do intestino. Os sintomas podem incluir dor, sensibilidade ou cãibras na barriga, diarréia, náuseas, sangue vermelho vivo ou marrom nas fezes ou, às vezes, apenas passagem de sangue sem fezes. A cirurgia para retirada do segmento intestinal inflamado é indicada em alguns casos, especialmente quando há necrose da área afetada.
Colite infecciosa – como o próprio nome diz, é causada por uma infecção viral ou bacteriana, seja pela baixa da imunidade por fatores emocionais ou por intoxicações alimentares. O tratamento é predominantemente medicamentoso, com antibióticos. A ressecção cirúrgica é indicada apenas em casos de colite fulminante, que acontecem quando há o rompimento iminente ou já estabelecido do cólon.
Colite alérgica – sua causa principal é o contato com proteínas alergênicas alimentares com o intestino, em casos de intolerâncias ou alergias alimentares, como ao glúten ou lactose. Pode ser tratada com medicamentos e com a não exposição aos agentes alergênicos. A ressecção cirúrgica deve acontecer apenas quando há dano extensivo à região devido a exposições excessivas.
Doença de Crohn e a ressecção cirúrgica
A doença de Crohn é uma DII autoimune que causa inflamação dos tecidos do trato digestivo, o que pode levar a dor abdominal, diarréia grave, fadiga, perda de peso e desnutrição.
Pode envolver diferentes áreas do trato digestivo, mas afeta mais comumente o intestino delgado e se espalha para as camadas mais profundas do intestino.

Apesar de não ter cura, tem tratamento, que na maioria das vezes é medicamentoso, embora possa ter a indicação de ressecção cirúrgica de segmentos do intestino delgado e plásticas no intestino, para evitar o encurtamento do intestino.
Divertículos, diverticulose e diverticulite, o que são?
Os divertículos são protrusões em forma de saco que retém pequenas quantidades de fezes e podem ocorrer em qualquer parte do intestino grosso ou delgado. A diverticulose, que é a presença de divertículos, é uma condição associada à idade e bastante comum em indivíduos acima dos 40 anos. Costuma ser assintomática e não apresentar nenhuma complicação.
Já a diverticulite é a inflamação ou infecção dos divertículos, que pode causar perfuração ou sangramento do intestino. Neste caso é preciso intervir cirurgicamente para evitar uma condição chamada peritonite, que ocorre quando os resíduos intestinais escapam por meio da perfuração do intestino e invadem a cavidade abdominal, chamada de peritônio.
Na maioria dos casos o tratamento pode ser medicamentoso, com reeducação alimentar e punção para drenar os abcessos.
Tumores do intestino
GIST e tumores submucosos
Um tumor estromal gastrointestinal, conhecido popularmente pela sigla inglesa GIST (gastrointestinal stromal tumor), é um tipo de câncer tumor mesenquimal, ou seja, que tem origem em um tecido conjuntivo, frequentemente no estômago e no intestino delgado.

A maioria dos tumores desse tipo é benigna, mas todos têm potencial de malignidade, dependendo do tamanho, capacidade de multiplicação e agressividade. Podem estar associados a fatores genéticos. A ressecção cirúrgica é o melhor curso de tratamento para a doença, geralmente possível por vídeolaparoscopia.
Carcinoides gastrointestinais
Os tumores neuroendócrinos do intestino, ou carcinoides gastrointestinais, costumam se desenvolver células produtoras de hormônios que revestem o intestino delgado ou em outras partes do trato digestivo.
Quando a doença afeta um local específico, a ressecção cirúrgica é o tratamento mais indicado e tem potencialmente curativo.




