

Conheça as principais doenças que atingem o reto e o ânus
A última etapa do sistema digestivo, composta pelo reto e pelo ânus, pode estar sujeita a doenças que estão ou não relacionadas ao restante do aparelho. Saiba quais são as mais comuns e qual é o seu tratamento.
Fissura anal
O reto é a última parte do intestino grosso, imediatamente após o cólon sigmoide, e que termina no ânus. Uma das complicações mais comuns dessa região é a fissura anal, que, como o nome diz, é um pequeno corte na borda anal que ocorre quando as fezes são muito volumosas, ressecadas e endurecidas, ou há algum trauma na região.
O tratamento recomendado para as fissuras anais é clínico e resolve o problema em aproximadamente 70% dos casos. Nos 30% restantes, é necessária a fissurectomia, cirurgia em que é removido o tecido comprometido e cicatriz ao redor da fissura. É uma cirurgia de pequeno porte, com duração média de 30 minutos.
Fístula anal: causas e tratamentos
Uma fístula anal é uma comunicação que se desenvolve entre a extremidade do intestino e a pele perto do ânus e pode ser resultado de uma infecção perto do ânus que causa um abscesso no tecido próximo. Quando o pus seca, pode deixar a fístula aberta. Pode ser uma complicação associada a doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn.
O risco das fístulas envolve o desenvolvimento de infecções graves loco-regionais, como a Síndrome de Fournier, condição na qual há uma necrose dos tecidos profundos da região do períneo, ou a comunicação inadequada entre as fezes e outros órgãos que podem ser infectados por elas, como no caso das fístulas retovaginais, que ocorrem quando há a comunicação anômala entre reto e canal vaginal, e as retovesicais, quando bexiga e reto estão interligados.



Sintomas das fístulas retovaginais
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Eliminação de gases e/ou fezes pela vagina;
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Corrimento vaginal com odor fétido;
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Infecção urinária de repetição;
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Ardor genital.
Sintomas das fístulas retovesicais ou enterovesicais
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Pneumatúria (passagem de gases pela uretra após a micção);
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Fecalúria (passagem de fezes pela uretra);
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Infecção urinária.
Tratamento para fístulas: fistulectomia
A cirurgia é o padrão-ouro em tratamentos para fístulas. A fistulectomia anal retira todo o trajeto fistuloso e interrompe a comunicação inadequada entre órgãos. A cirurgia é feita por meio da excisão completa do trato fistuloso, eliminando assim o risco de perder tratos secundários e fornecendo tecido completo para exame histopatológico. Uma fistulotomia abre o trato fistuloso, criando feridas menores não epitelizadas para acelerar a cicatrização da ferida.
Perfuração retal e hemorragia
A perfuração do reto pode acontecer por conta de procedimentos médicos, como colonoscopias, defecografias, enemas, mas é mais comum pela introdução de objetos estranhos no canal retal. O reparo é cirúrgico e pode incluir a necessidade da confecção de uma estomia de proteção.
A perfuração do reto pode ser assintomática, mas, quando apresenta sintomas, eles podem incluir dor abdominal, que é o mais comum. Outros sintomas podem incluir sangramento retal, febre e rigidez abdominal ao nível da região do sigmóide ou reto.
Hemorroidectomia e Enteropexia com PPH
São as técnicas cirúrgicas mais comuns para o tratamento das hemorróidas internas ou externas. Podem se dar através de excisão do tecido hemorroidário ou grampeamento e pexia do tecido excedente.
É indicada para pessoas cujo tratamento não teve resultados e que por isso ainda apresentam sangramentos e dores. Também é indicada em casos de trombose hemorroidária e hemorróidas de graus avançados.
Tratamento cirúrgico do Condiloma Acuminado/HPV
O tratamento cirúrgico é a melhor opção inicial, feito por meio de eletrocoagulação e excisão cirúrgica, para podermos dispor de material para exame anátomo-patológico e identificação dos sub-tipos de HPV, o que interfere na continuidade do tratamento.
O ânus e o reto também podem ser afetados por infecções sexualmente transmissíveis, como o condiloma acuminado, popularmente conhecido como crista de galo, uma doença causada pelo Papilomavírus humano, HPV.

Sintomas de HPV retal
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Sangramento anal durante a evacuação;
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Dor na região do ânus ao evacuar;
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Coceira, ardor, secreções incomuns e feridas na região;
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Incontinência fecal (menos frequente).
Tumores do reto e canal anal
Assim como acontece com o colo do útero, a maioria dos cânceres anais são causados pela infecção por HPV.
Sintomas de tumores anais
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Caroço ou massa na abertura anal;
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Dor ou sensação de inchaço na região anal;
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Estreitamento das fezes ou outras alterações nos movimentos intestinais;
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Secreções anormais no ânus.
Tipos mais comuns de cânceres colorretais
Adenocarcinomas - corresponde a 95% dos casos de tumores gastrointestinais e é o tipo mais comum de câncer em geral. É um tipo de câncer que afeta as glândulas e o tecido epitelial dos órgãos excretores.
Tumores carcinoides – são tumores neuroendócrinos, que começam nas células do intestino que produzem hormônios específicos.
Tumores estromais gastrointestinais (GIST) - tumor mesenquimal, ou seja, que tem origem em um tecido conjuntivo.
Linfomas - cânceres com origens nas células linfáticas como as dos linfonodos, mas também podem se iniciar no cólon, no reto ou em outros órgãos.
Sarcomas - podem se originar nos vasos sanguíneos, no tecido muscular ou conjuntivo na parede do cólon e do reto. Os sarcomas do cólon ou do reto são raros e se chamam leiomiossarcomas (que ocorrem nas partes moles).